Análise dos Dados

Análise geral de casos no Brasil

Na tabela 1 foi feita uma comparação da ocorrência dos principais tipos de câncer no Brasil em homens e mulheres, no ano de 2008. Através da interpretação do total dos dados, pode-se concluir que o câncer é uma doença que vem acometendo milhares de brasileiros. Isto influencia cada vez mais no avanço das pesquisas que visam aprimorar os tratamentos estabelecidos para tal enfermidade e no controle do crescimento dos casos, além de fornecer informações sobre o impacto causado por ele na sociedade.




O gráfico 1 apresenta os dados de frequências relativas obtidos na Tabela 1. Visto que o câncer de próstata é estritamente masculino e os de câncer de mama feminina e colo do útero estritamente feminino, serão comparados apenas os dados das demais neoplasias, uma vez que as já citadas possuem 100% de ocorrência.
Em geral, observa-se que homens e mulheres foram afetados da mesma forma, havendo uma diferença mínima nas frequências relativas.

Os tipos de câncer que afetam mais os homens do que as mulheres são:

  •  Estômago;
  •  Cavidade oral;
  •  Esôfago;
  •  Leucemias (embora a diferença percentual não seja tão expressiva quanto nos outros tipos de tumores);
  •  Câncer de traquéia, brônquio e pulmão. Esta informação tem grande relação com o número de fumantes masculinos ser maior do que o feminino e, hoje em dia, pesquisas já comprovaram que o fumo está relacionado com estes tipos de tumores. Portanto, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de mortes evitáveis.
O gráfico de setor abaixo demonstra a diferença percentual de tabagistas femininos e masculinos.





Gráfico 2

Os tipos de câncer que afetam mais as mulheres do que os homens são:
  • Cólon e reto;
  •  Pele melanoma (entretanto, a diferença percentual é praticamente desprezível, o que sugere que o sexo não influencia nestes casos).




Análise por regiões geográficas

Região Norte (N):


A tabela 2 apresenta os dados obtidos em pesquisas feitas sobre o número de casos de câncer em homens e mulheres nesta região do país. Observa-se que os tipos de tumores mais incidentes são os de próstata, colo do útero e estômago e os menos incidentes são os de pele melanoma e esôfago, sendo este último mais freqüente nos homens.

Quando se compara a tabela 2 com a tabela 1, observa-se que o câncer de mama que é o segundo de maior expressividade no país não é tão evidente nesta localidade.



Região Nordeste (NE):

De acordo com a tabela abaixo, os tipos de câncer mais frequentes no ano 2008 nesta região
do país foram os de próstata e de mama feminina e o menos frequente foi o de pele melanoma, não havendo, neste tipo, grande disparidade de números de casos entre homens e mulheres.


Região Centro-Oeste (CO):


A tabela 4 nos mostrou que na região Centro-Oeste o câncer de maior expressão na população foi o de próstata, que afeta somente os homens, e o de menor foram os de pele melanoma e esôfago, não ficando este último distante do total de casos de leucemias. O sexo masculino foi o mais afetado pelo câncer de esôfago e leucemia.


Região Sudeste (SE):

Nesta região geográfica a maior ocorrência de câncer foi o de mama feminina e o de menor foi o de pele melanoma, havendo, neste caso, uma pequena diferença na contagem dos casos devido ao fato de que a região Sudeste é a mais populosa do Brasil.

Região Sul (S):

Nesta região observou-se que o número de casos de próstata e mama feminina foram os maiores e iguais, considerando que os números foram arredondados para 10 ou múltiplos de 10, e que o de leucemias foi o menor.

Ao realizar-se uma comparação da tabela 6 com a tabela 1, percebeu-se que os dados
estatísticos da região Sul são consideravelmente divergentes, uma vez que o tumor de traquéia, brônquio e pulmão é muito mais evidente, nesta população, do que o de colo do útero e as leucemias são mais expressivos do que o de pele melanoma.



Análise das Médias e Desvios Padrões

Na tabela 7 foi feita a média do número de casos de cada tipo de neoplasia por região, através da soma do número de casos em cada região de cada tipo de câncer separadamente, em seguida os somatórios obtidos foram divididos pelo número de regiões, no caso 5, obtendo-se os valores apresentados. A partir disto foram calculados os desvios padrões através da fórmula apresentada no item II.d.

Os valores obtidos apresentaram-se extremamente elevados, muitas vezes até mesmo acima
da própria média correspondente. Isso se deve ao fato de a Região Sudeste concentrar o maior número de casos, em alguns tipos de câncer correspondendo até mais que a metade do total observado no país, assim ao ser calculado o desvio se mostra excessivamente alto comprovando a grande disparidade entre o número de casos por região.

Provavelmente, a Região Sudeste tem esse grande domínio dos números de casos porque ela
concentra grande parte da população do país, concentrando em seu território parte das cidades mais populosas do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.







    O gráfico de setores acima foi construído a partir das médias nacionais estabelecidas na Tabela 7, anteriormente citada. A partir das médias foram estabelecidas as suas frequencias relativas para cada tipo de neoplasia em relação ao total de casos ocorridos no país. Na legenda estão representados somente os cinco tipos mais expressivos, os outros cinco são os mesmos encontrados na Tabela 7, sendo na ordem descrescente do percentual: Colo do Útero (8%), Cavidade Oral (6%), Esôfago (4%), Leucemias (4%) e Pele Melanoma (3%). Fica clara a predominância dos cânceres de próstata, exclusivamente masculinos, e mama, no caso, exclusivamente femininos, dentre todos os tipos de câncer e seus respectivos números de casos no país no ano de 2008, mesmo esses dois tipos sendo representados por apenas um sexo, o que sugeriria um menor número de casos devido à restrição de uma parte da população.

Teste χ²

Teste de Hipótese analisando a independência dos casos de câncer de colo de útero em relação aos casos de câncer de mama feminina

A análise de todos os dados nos levou a formulação de hipóteses a respeito da independência entre os casos de câncer de colo de útero e os de mama feminina. A partir dos dados apresentados a seguir será realizado um teste do tipo   com objetivo de analisar as hipóteses formuladas e assim aprimorar o nosso conhecimento a cerca do assunto.
As hipóteses são:

H0 = Câncer de mama está associado ao câncer de colo de útero
H1 = Câncer de mama não está associado ao câncer de colo de útero



Para a realização do teste χ² é necessário que se conheça os valores esperados para os casos acima apresentados. O cálculo desses valores é dado da seguinte forma: , onde soma de i é a soma da linha onde se encontra o dado o qual deseja-se saber o valor esperado, soma de  j é a soma da coluna onde se encontra o dado o qual deseja-se saber o valor esperado e soma de j  é a soma da coluna onde se encontra o valor soma de i , isso é repetido para todos os valores que irão ser testados. Os valores obtidos através desses cálculos foram organizados na Tabela 9, a seguir.


Será que as diferenças existentes entre as frequências observadas e as esperadas são suficientemente grandes para que se possa rejeitar a hipótese de nulidade (H0)? 

Para responder a esta pergunta iremos então calcular o valor de   para os dados, através da fórmula abaixo, já apresentada no item II.g, obteve-se:








Partindo do princípio de que a hipótese de nulidade é ignorada toda vez que o valor χ² calculado é igual ou maior do que o valor dado na tabela, a hipótese de que câncer de mama feminina está associado ao câncer de colo de útero (H0) será rejeitada e a hipótese de que câncer de mama feminina não está associado ao câncer de colo de útero (H1) será mantida.


Próximo: Conclusão